A história do karaté pode ser recuada a uns 1400 anos, a Daruma, fundador do Budismo Zen, na Índia Ocidental.
Foi atribuído a Daruma a introdução do Budismo na China, compreendendo métodos de ensino espirituais e físicos tão exigentes que muitos dos seus discípulos caíam exaustos.
Tendo em vista proporcionar-lhes maior força e resistência, ele desenvolveu um sistema de treino mais progressivo, que registou num livro, Ekkin-kyo, e que pode ser considerado o primeiro livro sobre karaté de todos os tempos.
O treino físico, fortemente imbuído dos princípios filosóficos de Daruma, foi ensinado no Templo de Shaolin no ano 500 A.C.
O kung-fu de Shaolin (Shorin), do nordeste da China, era caracterizado por movimentos muito coloridos, rápidos e dinâmicos.
A escola Shokei do Sudeste da China era conhecida por técnicas mais sóbrias e poderosas.
Estes dois estilos encontraram caminho até Okinawa, tendo influenciado o seu original e próprio método de combate, designado por Okinawa-te (mão de Okinawa), ou simplesmente Te.
Uma proibição de armas em Okinawa por dois longos períodos de sua história foi, em parte, responsável pelo alto nível de desenvolvimento de técnicas de luta não armada na ilha.
Resumindo, o karaté em Okinawa desenvolveu-se a partir de duas técnicas de combate.
A primeira, utilizada pelos habitantes de Okinawa, muito simples mas de terrível efeito e, acima de tudo, muito próxima da realidade, uma vez que foi utilizada por muitos séculos em combate real.
A segunda, muito mais elaborada e impregnada de ensinamentos filosóficos, era um produto da cultura antiga da China.
Estas duas origens explicam o duplo carácter do karaté - extremamente violento e eficiente, mas simultaneamente uma severa e austera disciplina e filosofia com uma ênfase não-violenta.